quinta-feira, 3 de julho de 2014

Em defesa da leitura sem vergonha

Alguns críticos dizem que adultos deveriam se envergonhar por ler livros juvenis. Estão errados



O sucesso de A culpa é das estrelas nos cinemas e nas livrarias é uma notícia excelente para o mercado literário. Deveria ser comemorada por qualquer pessoa que acredite num futuro em que o hábito de ler seja mais difundido. Mas os pessimistas de sempre não perderam a chance de se manifestar. Para alguns críticos literários e leitores elitistas, qualquer notícia é má notícia. A popularidade dos livros juvenis, em vez de ser um alento, é um desastre irremediável.

Um artigo publicado há algumas semanas pela revista digital americana Slate sintetiza a opinião da turma do contra. O título já diz tudo: “Adultos que leem livros para crianças deveriam se envergonhar”. Ao longo do texto, a jornalista Ruth Graham lista motivos pelos quais adultos não deveriam perder seu tempo com A culpa é das estrelas e outras obras do gênero. Diz que os livros são inocentes demais, incentivam uma leitura acrítica e oferecem uma gratificação instantânea. Para jovens leitores em formação, seriam um mal necessário. Mas os milhões de adultos que se emocionaram com a história narrada por John Green deveriam ter vergonha disso – e procurar um livro para adultos imediatamente.

Ruth não está sozinha. Em qualquer conversa sobre literatura é possível encontrar leitores que manifestam, com ar de superioridade, opiniões semelhantes a essa. Histórias policiais, fantásticas ou romances adolescentes são vistos como subliteratura. Seus fãs, consequentemente, são subleitores. Bom mesmo é ler autores clássicos ou, na falta deles, uma meia dúzia de contemporâneos que tentam imitá-los.

Saiba mais aqui.

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